30 de julho de 2009

Saciar aquela fome.


A excitação, o desejo, a vontade de voltar a abraçar-te, saciar todas as saudades sofridas e sentir-te finalmente ao meu lado aumentava a cada fracção minima de segundo, completamente impaciente debruçada sobre o relógio a olhar fixamente para o ponteiro e a irritar-me constantemente a perguntar a mim mesma qual era o problema do tempo a teimar em não prosseguir.


(...)


Quando me vi livre de alguém "intruso" a minha primeira reacção foi olhar atentamente a rua velha do meu bairro, com alguma perspectiva e foi quando somente me ocupei de mirar a tua perfeição caminhando com os olhos fixados nos meus e com o teu sorriso irresistivelmente fatal a qualquer rapariga.


(...)


A porta fechou-se, os olhos uniram-se e as bocas sorriram.


(...)


É muita perfeição.


2 de julho de 2009

Sinto a falta ..


Esta separação pode ter-se iniciado a poucos “segundos”, mas ...
Sinto a falta de me perder nos teus olhos azuis cristalinos onde me afogava constantemente.
Sinto a falta de poder contar frente a frente todas as aventuras dos meus dias.
Sinto a falta de te tocar nesse teu rosto suave e belo, onde todos os teus traços estão definidos como a mais bela obra de arte.
Sinto a falta de ser surpreendida com um simples beijo, sem exigências, sem explicações, sem um único motivo.
Sinto a falta de sentir o calor do teu corpo a invadir-me calmamente em constantes respirações e abraços apertados onde um profundo beijo rematava com toda a força e tranquilidade.
Sinto a falta de saber que se a vida me dá um problema, tu estás a meu lado para me ajudares a superá-lo fazendo de ti, a minha força.
Sinto a falta da tua presença, do teu amor a subir-me pelas veias preenchendo cada espaço vazio.
Sinto a falta de correr
em tua direcção, dada como doida e louca só para me poder libertar nos teus braços.
Sinto a falta daquelas horas trancada numa sala de aula á espera que aquele ponteiro do relógio ultrapassasse os segundos que faltavam para finalmente poder estar contigo.
Sinto a falta daquelas vezes em que demoravas vezes sem conta para vires ter comigo e eu já exaltada a pensar que algo acontecera, mas pensando positivo esperava sem me importar porque sabia que virias.
Sinto a falta daquelas tardes livres onde nos trancávamos entre 4 paredes e o mundo tornava-se somente nosso.
Sinto a falta daquela sala de cinema quando entre breves instantes a meio de um filme, a meio de uma mera música tu agarravas com o teu delicado gesto na minha face e beijavas os meus lábios suavemente com pura e sincera paixão.
Sinto a falta de quando nos entreolhávamos entre leves fracções de segundos e o silêncio transformava-se numa perfeita sinfonia original substituindo as palavras.
Sinto a falta de naqueles momentos de ligeiro nervosismo onde ficava sem saber agir ou falar e tu tranquilizavas-me com a tua calma.
Sinto a falta do sabor apaixonante dos teus lábios e neles saciar a minha cede de me enterrar na tua alma.
Sinto a falta de acalmar
aquela fome onde dois corpos se envolvem, colam e encaixam perfeitamente, que se atraem como um íman e nunca mais se soltam, que se provocam a cada minuto, a cada movimento, a cada silêncio.
Sinto a falta onde entre a escuridão, os puros olhares se cruzam contemplando-se demoradamente.
Sinto a falta dos enlaces de mãos que na inocência de um mero toque nos perdemos.
Sinto a falta daquelas brincadeiras onde os nossos sorrisos brilham dando energia aos nossos pequenos movimentos.
Sinto a falta das lembranças de criança que só contigo sei relembrar, onde a pura magia retoma o lugar do tempo.
Sinto a falta daquela minha ironia onde digo que sou corajosa e depois numas doces palavras tuas perco-me sendo ridicularmente cobarde por não encontrar algo que vença essa perfeita sintonia saída da tua boca.
Sinto a falta daquelas noites onde anseio um novo dia partilhado a teu lado.
Sinto a falta daqueles dias onde o meu rosto desalento perdia-se entre lágrimas e afogava-se entre o teu desconsolado rosto a tentar animar-me.
Sinto a falta do nosso orgulho mesquinho e estúpido que reinava entre nós proibindo de avançarmos em qualquer decisão e no fim de uns minutos um simples gesto, um simples olhar valia mais que qualquer outra palavra.
Sinto a falta daquelas noites estúpidas onde chorava entre lágrimas, onde a água escorregava no meu rosto e misturava-se com essas lágrimas vazias pensando na imensidão do tempo que perdemos, tempo esse suficiente para mudar o mundo.
Sinto a falta dos tempos onde avançavas e a minha pulsação acelerava conforme cada passo que davas.
Sinto a falta dos momentos em que a nossa imaginação caminhava em campos de fantasia, sonho e magia, onde poderíamos voar livremente juntos.
Sinto a falta daquelas tardes onde sem dar conta adormecia no teu ombro recebendo suaves carícias tuas com essas tuas belas mãos, conseguindo esquecer o tempo e sentir-me amada, desejada, lembrada.
Sinto a falta daquela palavra sincera e enorme onde nada a vence, nada a supera, e nada significa aos olhos de quem a vê, aquela palavra que nos une que prevalece e intensifica os nossos grandiosos momentos “Amor”.
Sinto a tua falta, mas conseguirei ultrapassar todas as peripécias da distância, vencendo então então essa mesma palavra.

Amo-te.