20 de setembro de 2015

desabafo.

vinte anos a terminar, mais de vinte mil cabeçadas e vinte milhões de avisos que eu teimo a não ouvir. realmente só pode ser da idade e da inocência que eu achava que já tinha perdido, mas para continuar a bater nas mesmas teclas, a ter expectativas do mundo inteiro, a ser queridinha demais e blá blá blá, adivinha Rita? bota mais um aperto!
todos os dias eu me esforço para ser melhor: melhor pessoa, melhor profissional, melhor filha, melhor colega, melhor namorada, melhor amiga e no fim do dia onde estão as gratificações?
acho piada como é que não consigo arranjar solução para as minhas coisas mas os outros, seja amigos ou família apoiam-se em mim para eu por em pratica o meu lado de psicóloga competente.
eu agradeço, juro que agradeço por confiarem em mim, por quererem a minha opinião. por contarem comigo sempre que algo está errado, eu sinto-me mesmo bem por me quererem ali para ajudar, mas por amor de Deus, onde estão os momentos bons dos quais eu quase nunca faço parte?
a amiga não é só estar aqui de braços abertos com um lenço na mão para vos limpar as lágrimas, nem para dar sermão quando querem cometer loucuras ridículas ou a amiga não está cá só e unicamente para quando há problemas com a família ou com os namorados. a amiga está aqui todos os dias à espera que dêem uma noticia boa, à espera que contem novidades, à espera que me perguntem uma vez que seja a mim se estou bem, à espera que me dêem sinal de vida. a amiga não está propriamente aqui só e unicamente para aqueles momentos "vou falar com a Rita, ela sabe como me ajudar!" !
eu não sou a miss perfeição, também tenho a minha vida e claro os meus problemas, também não tenho mais a necessidade falar deles ao mundo todo como também evito falar deles a quem eu considero mais próximo porque sei que têm mais com que se ocupar e isso é uma decisão e um problema meu! o que quero dizer é que mesmo após toda a ajuda que dou, mais tarde tenho o discernimento de voltar a perguntar como estão as coisas e se está tudo bem e quando vou a ver adivinhe-se só: "está tudo bem e resolvido!", ó a sério? e tive de ser eu a perguntar senão nem nunca vinha a saber, aliás vinha, quando voltasse a haver algum problema e eu fosse necessária mais uma vez para opinar.
à uns anos atrás, independentemente de falsas ou verdadeiras, as amizades aos meus olhos estavam cá uns para os outros, para quando tudo estava torto, para quando havia relações estragadas, ou problemas familiares mas também para quando era para ir fazer porcaria juntos, tirar umas fotos, fazer umas palhaçadas e todos rirmos disso; hoje nem sei que nome dar a isto mas dispenso que me procurem só quando precisam porque pelo que vejo, quem faz mal é que recebe os louros e quem ajuda não recebe nada. amizade não é nem nunca foi ser egocêntrico ou interesseiro e sim humilde e reconhecer quem realmente tem valor nas nossas vidas!

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