3 de novembro de 2012

5 da manhã. cheguei a casa e sentei-me um pouco para descansar.
fiz de conta que a ferida não se abrira nem que me importava que o sangue escorresse por todo o meu corpo, fiz de conta que alguém compreendia o meu silêncio por entre a escuridão do meu quarto e que estavas ali a dar-me a mão. fiz de conta que me irias salvar da minha quase morte interior e que todos a meu redor compreendiam, fiz de conta não precisaria de morrer de medo, ou de saudade, fiz de conta que estava nos teus braços, deitada sobre uma manta quente protegida, fiz de conta que finalmente destrui quem me queria mal. fiz de conta que não estava a chorar, que tudo estava bem e em ordem. mas essa era a minha imaginação. a minha verdadeira realidade é que sempre estive contra tudo e não fazia ideia. mas hoje sei que sou apenas eu e a liberdade que ás vezes não sei usar, sou eu e a responsabilidade de mentir. perco-me e assumo o meu medo e dói-me tanto que me corrói o coração. guardo tudo comigo e em segredo, para que eu não me julgue a mim mesma, para viver com segredos, porque tenho agora que aprender a viver com eles. até ao dia em que não suportar mais.

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