9 de julho de 2010

(des)equilibrio


Decidi finalmente afastar-me deste sofá viciante e desligar de vez a televisão. Dirigi-me rapidamente ao único sitio onde me sinto eu, onde me sinto capaz de exprimir as minhas emoções livremente, o meu quarto. Fechei a porta e encostei-me a ela durante uns escassos minutos a observar sem nexo as paredes e a reflectir no quanto estava cansada de estar sózinha. Fixei com o olhar um pequeno caderno azul sobre a secretária de madeira e tomei a liberdade de pegar nele e escrever. Aqui estou, em plena uma e meia da manhã agarrada a este caderno de folhas quadriculadas a tentar passar as "ideias" para o papel.
Sinceramente, já não há palavras para descrever o que sinto, é algo transcendente a singulares palavras. Vejo-me longe de tudo e de todos os que mais amo, ou será apenas algo na minha cabeça?! Fiquei por momentos numa autêntica pasmaceira a supor a realidade e em desejar tanto o querer voltar atrás, aos dias "sem fim", á alegria contagiante e á união indestrutivel que se sentia a cada bater do coração, que se lia entre linhas nos nossos próprios olhos e que se transmitia em cada movimento, em cada gesto único. Agora, muitos desses dias tornaram-se umas memórias emulduradas em insignificantes pedaços de madeira e vidro ou mesmo em pastas no disco rigido.
Começo a ganhar a verdadeira prespectiva do mudar, do crescer, mas será que implica tanto desiquilibrio entre tudo, entre todos ou mais uma vez será ilusão minha?! Não serei eu a criar esta distância na minha cabeça?! Sempre fui a tipica rapariga equilibrada em pensar que tudo iria permanecer igual apesar da mudança de escola e de turma, mas vejo-me perdida num agoniante "deserto" sem tudo o que me dá vida e felicidade e sim ao lado duma assombrosa solidão. Está tudo para seu lado, tudo com a sua vida estável e mesmo que haja um singular contacto nada é o mesmo, mas sente-se cá dentro o enorme impacto, a enorme importância que todos têm, que todos me deram e mesmo á distância me dão.
Tenho saudades de ser criança, de viver de sonhos, de acreditar em principes e princesas, em castelos encantados e em vidas perfeitas e felizes, e a verdadeira razão destas saudades é sem duvida o simples facto de ninguém me poder separar dos meus amigos, nem mesmo as nossas próprias decisões que eram inexistentes.


São fortes saudades, fortes pensamentos e um forte desequilibrio na minha cabeça.


(Fotografia de: "Vieirinha")


2 comentários:

  1. tudo muda (':
    não consigo dizer mais nada , desculpa :'

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  2. As saudades apertam , mas o sentimento nunca desaparece amor (:

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