24 de janeiro de 2012

Arranquei uma rosa vermelha do meu jardim. Arranquei-a sem escrúpulos e sem perdão como se arrancasse o coração do meu próprio peito. Contemplava a chorosa e pequena rosa e cheguei a invejá-la por ser tão bela e simples, tão inocente e pura assim como um dia o meu coração chegou a ser.
Observei-lhe de seguida os seus espinhos protectores e vingativos que nada combinava com tamanha pureza daquela rosa e questionei-me o porquê de tal inocência ter cravado em si dolorosos espinhos que perfuraram a minha mão e assim finalmente entendi o motivo da sua existência.
De tão bela e sublime muitas mãos quiseram arrancá-la, pés pisá-la e de tanta inveja tiraram-lhe duas das suas perfeitas pétalas vermelhas sem que nunca se apercebesse do porquê, sem que se conseguisse defender, proteger e deixar ficar parte do que lhe constiuia e originava toda a sua harmonia. Mesmo hoje, nada poderá fazer ou evitar se lhe quiserem arrancar as suas pétalas mas os seus espinhos irão sempre impedir que a arranquem da sua casa, do seu conforto. Assim é o meu coração, cheio de espinhos que mo protegem, assim como espaços vazios e desprotegidos que se podem magoar.
Meti a rosa vermelha em água para viver a sua última felicidade e quando ela morrer, que ao menos não seja com dor e arrependimento, como um dia viveu, como um dia o meu coração viveu.

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