9 de novembro de 2016

estou sentada em frente ao mar, cigarro a queimar numa mão e na outra o telemóvel enquanto tento digitar..
hoje era o dia: o dia em que andava a planear agarrar no carro e meter-me a caminho, o dia em que todos os receios e dúvidas terminavam, o dia em que finalmente te olharia nos olhos.
olho para o vasto horizonte e tento alcançar o fim do oceano onde o céu e este se cruzam e imagino-te junto à costa à minha espera. mas tu não estás lá, nem eu estou a caminho.
hoje estou apenas eu e o som do mar, apenas eu na minha cidade, apenas eu divagando em mil e um pensamentos, apenas eu a queimar a mente contigo.
hoje marquei o encontro certo: o encontro entre as minhas lágrimas e o mar para que o seu sal se funda na perfeição, para que ele as consuma e lhes dê melhor proveito. 
as ondas vêm e vão assim como a tua falta. querem-me arrastar e que eu me afogue nelas mas eu não vou, eu não posso ir. afogar-me nelas era afogar-me a mim mais uma vez.
então apenas vou ficar aqui sentada em frente ao mar enquanto apago o cigarro na areia, enquanto oiço a maré em vez da tua voz, enquanto cheiro a brisa em vez do teu perfume, enquanto te esqueço em vez de te lembrar.


1 comentário:

  1. Que saudades tinha de ler o que escreves! Fá-lo mais vezes, por favor. Creio que te faz bem a ti e a quem, tal como eu, te lê. Um beijinho*

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