23 de agosto de 2012

não sei, não adivinharia nem acredito. lá estávamos nós mais uma vez movidos pela força que advém do coração, com os corpos juntos no silêncio da noite respirando o ar ofegante que nos rodeava. lá estávamos nós mais uma vez em segredo, longe do mundo e do desconhecido, parados no tempo e na realidade, calados perante quem não nos entende, unindo mais uma vez as mãos e pensando ambos no mesmo. percorre-me nas veias, agarra-me os braços, grita-me nos ouvidos, tira-me o sono, acorrenta-me o pensamento e não sai da minha roupa esse perfume que trespassa os meus sentidos, que me deixa desmaiar de saudade e que me invade as memórias que já estavam arrumadas. sinto a minha pele a absorver o teu perfume e as minhas mãos descontroladas que teimam em agarrar-te no pescoço e a puxar a tua boca para junto da minha, agarras-me, beijas-me e sob as estrelas afundamos-nos os dois. já passou. ninguém sabe, ninguém acreditaria. ansiosos pela noite fugimos juntos sem ninguém nos conseguir reconhecer, eliminamos os contras que nos teimam a afastar e lutamos ainda pelos nossos erros acabando no fim rendidos pelo que sentimos. de olhos fechados penso: queria-te aqui, voltar-te-ia a cravar as unhas na pele e dizer-te-ia de uma vez que te queria comigo. chega de dramas e complicações, de pensamentos e preconceitos. explicar-te-ia mais uma de tantas vezes que o importante é apenas tu e eu. amanhece agora e eu continuo sem ter sono. lá estávamos nós mais uma vez, sem saber ainda quando voltaria a ser a próxima em que os nossos olhares e a nossa epiderme se voltaria a cruzar. em breve, penso. em breve, sabes tu.

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